O clown de cada um
II
Clown
se aproxima do mundo d criança, onde não se tem mentiras, um universo lúdico,
cheio de encantos, o palhaço é um ser que se distancia do “mundo real”, vivendo
em seu próprio mundo, o palhaço é ser voltado para o circo e o clown é voltado
para o teatro. Ou seja, é um palhaço de teatro.
A
palavra clown (pronuncia-se “cláun”) apareceu no século XVI. Este vocábulo
remete-nos a colonuns e clod, significando um fazendeiro ou rústico, torpe e,
de qualquer maneira, o clown foi sempre campesino . Outra origem é na língua
celta, designando originalmente um fazendeiro, um campônio, visto pelas pessoas
da cidade como um indivíduo desajeitado e engraçado, indicando, num outro
momento, aquele que, com artificiosa torpeza, faz o público rir.
Clown
se traduz por palhaço, mas as duas palavras têm origens diferentes. Palhaço vem
do italiano e se relaciona, geralmente, à feira e à praça; já o clown refere-se
ao palco e ao circo. Mas, na linguagem do espetáculo, as duas palavras confluem
em essências cômicas.
De
alguma forma, essas manifestações estão em contato conosco no cotidiano:
pessoas engraçadas que encontramos na rua, no ônibus, no aeroporto, na família,
no meio de amigos ou nos meios artísticos. Esse contato basta para identificar
os “clowns na vida”, como disse Fellini.
Clown
é a pessoa que fracassa, que bagunça sua vez e, fazendo isso, dá à audiência o
senso de superioridade. Através de seu fracasso, ele revela sua profunda
natureza humana, que nos comove e nos faz rir, é um perdedor feliz.
III
O espetáculo que mais me chamou atenção foi Silêncio
total do palhaço XUXU (Luiz Carlos Vasconcelos) por ser um espetáculo
de clown feito na rua, com a plateia em volta do palhaço, dando a ele liberdade
para brincar com o público. Enquanto os outros espetáculos mantinham ator e
plateia distantes o que não possibilita o jogo.
Vanessa de Carlem