terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Resumo do livro Jogos para sala de aula Teatrais da Viola Spolin



Viola Spolin, influente escritora teatral, aborda no segundo capítulo de seu livro Jogos Teatrais para sala de aula: um manual para o professor, que os aquecimentos regulares são sempre recomendados antes das sessões de oficinas fazendo com que o sangue circule.
Os aquecimentos também são úteis ao final de uma sessão baixa de energia para elevar os jogadores. A maior parte dos jogos podem ser feitos ao ar livre e com todo o grupo simultaneamente. Esses jogos liberam fortes respostas fisiológicas: corpos ativos, olhos brilhantes e faces coradas. Executar jogos tradicionais mobiliza o sistema físico como um todo, trazendo a resposta necessária para ir ao encontro dos riscos do momento
Os jogos utilizados no segundo capítulo são conhecidos como Jogos de Playground. Eles são: Revezamento com objeto; Pegador com golpe; Pegador com explosão; Números rápidos, Ruas e vielas; Ruas e vielas: Variações; Batatinha frita; Nó. Todos caminham na mesma direção e possuem objetivos únicos.
No jogo Revezamento com objetos, por exemplo, dois grupos ficam enfileirados lado a lado.  O primeiro jogador de cada grupo deve correr até o gol estipulado, tocá-lo, e voltar para fazer a entrega do objeto para o próximo jogador, que deve realizar o mesmo procedimento por diante, até que todos os jogadores tenham tido a sua vez e um grupo tenha ganhado, com o objetivo de ser o mais rápido possível.
No jogo Pegador com golpe, os jogadores sentam formando um círculo. Um deles recebe um rolo de papel. Este inicia o jogo indo no circulo e tocando levemente os jogadores que estão sentados. Eventualmente, este jogador bate o rolo com mais força em um deles, depois volta e coloca o rolo em uma cadeira no centro do circulo, e corre voltando para o seu lugar. O outro jogador pega rapidamente o rolo e tenta tacar no jogador que se sentou. Se obter sucesso recoloca o rolo na cadeira e volta para o seu lugar. Caso o rolo caia da cadeira o jogador deve voltar antes de se sentar. O jogo segue até que um dos jogadores volte a salvo para o seu lugar. Este jogo tem o mesmo objetivo que o primeiro, porém aqui temos um jogo mais elaborado.
O Pegador com explosão tem como objetivo quebrar as armaduras protetoras dos jogadores. O ideal para a realização do jogo é uma área ao ar livre e sem qualquer objeto na sala. Para começar o jogo, divida os jogadores em dois grupos. Metade joga e a outra é plateia. O grupo estabelece quem será o pegador e o jogo inicia dentro dos limites da área de jogo sem ultrapassá-los. Quando os níveis de atividade estiverem elevados, o coordenador adiciona uma nova regra. Os jogadores que forem pegos devem ‘’explodir’’ cada um no seu tempo. Este jogo pode ser usado como um aquecimento natural, mesmo que seja em um tempo curto.
Em Números rápidos, tem-se como objetivo ajudar os jogadores a focalizar um problema. Os jogadores formam um semicírculo e numeram-se. O número um inicia o jogo chamando o número de outro jogador. O jogador que foi chamado responde imediatamente com outro número e assim por diante. O jogador que chamar um número antes de ser apontado, vai até o final do semicírculo. Todos os jogadores, anteriores àquele jogador, sobem uma posição, cada um assumindo o número da pessoa que ocupava aquele lugar. O jogo segue como antes. Número um inicia. Se o número um errar, ele vai para o final da linha e o número dois se torna o número um, e todos os jogadores mudam de posição.. 
Ruas e vielas é um jogo especialmente útil para treinar os alunos como instrutores e como aquecimento para a produção de peças. Para o início do jogo, deve-se definir um “mocinho” e um “bandido”, os outros jogadores formam fileiras e estendem os braços para os lados. No sinal do coordenador, todos se viram um quarto de circunferência para a direita, bloqueando a passagem para os dois jogadores. Quando é dado o sinal “Ruas!”, todos os jogadores ficam de frente para o instrutor, quando o sinal é “Vielas!”, todos ficam de frente ao quarto de circunferência. O mocinho e o bandido não podem atravessar o bloqueio formado pelos braços. O sucesso do jogo depende do alerta do instrutor ao falar as mudanças no momento em que o mocinho está na eminência de pegar o bandido.
Com ruas e vielas – variações ocorrerá o mesmo que o jogo citado a cima, porém este será em câmera lenta, e com o decorrer do jogo o instrutor começa a indicar papéis para os dois alunos que estão como mocinho e vilão. A sala irá vibrar quando as fileiras forem descerradas.
Em Batatinha frita,Os jogadores ficam na linha de partida enquanto o “pegador” está há 15 passos à frente. Todos se voltam para a linha de chegada, enquanto o pegador conta de um até cinco e vira dizendo Batatinha frita. O jogador que estiver se mexendo, o pegador manda ele para sua linha de partida. Quando o primeiro jogado ultrapassar a linha de chegada, ele se torna o pegador e o jogo inicia-se novamente. O jogo visa a agilidade e percepção motora dos jogadores.
O Nó é o se trabalha totalmente em equipe. Os jogadores formam um círculo com as mãos dadas. O instrutor atravessa o circulo, passando por baixo das mãos de dois jogadores que estão do lado contrário do circulo. Mudando a direção, os outros jogadores mudam a sua posição em forma de serpentina, formando um nó no grupo. Em seguida o grupo começa a se desenrolar, sendo que não é permitido soltar as mãos.

Relatório de vídeo da série Teatro e circunstância doo SESC Grupo Oí nóis aqui traveiz (Porto Alegre – RS)



               No começo o grupo Oí nóis aqui traveiz, era apenas um grupo de jovens atores que queriam fazer teatro, independente de como fosse, em certo momento se deparam com a repressão da ditadura, pois suas apresentações acumulavam uma grande plateia no meio das praças, e isso causava um incomodo nos “governantes”, pois as mensagens passadas pelo grupo eram ouvidas e assistidas por esse grande contingente que às vezes chegava a até 500 pessoas reunidas em praça pública. O grupo é formado por atores e por não ter um diretor, segue a linha de criação coletiva, onde a cada cena os atores podem se perceber dentro e fora dela, às vezes mudando assim seu ponto de vista sobre o como fazer e como agir em determinada situação de cena. A

Memória do espaço que já tem uma carga emocional e ação cênica dialoga com isso, com essa memoria e com esse espaço surgindo assim uma nova vertente para o grupo, essa encenação era em uma ilha, e as pessoas vinha pelo rio, e esse próprio rio que era o caminho até o local de encenação também fazia parte dessa obra, pois o era na peça de onde vinham os corpos e era tão vivo na cena que um personagem até conversava com esse rio. No processo de criação do grupo eles criavam espaços para transformar as cenas, no caso das “Viúvas performance sobre a ausência” o espaço transformou toda a ação.
Mais sobre o grupo
A tribo
....A Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz surgiu em 1978 com uma proposta de renovação radical da linguagem cênica. Durante esses anos criou uma estética pessoal, fundada na pesquisa dramatúrgica, musical, plástica, no estudo da história e da cultura, na experimentação dos recursos teatrais a partir do trabalho autoral do ator. Não se limitando à sala de espetáculos, desenvolveu uma linguagem própria de teatro de rua, além de trabalhos artístico-pedagógicos junto à comunidade local. Abriu um novo espaço para a pesquisa cênica - a Terreira da Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz, que funciona como Escola de Teatro Popular, oferecendo diversas oficinas abertas e gratuitas para a população. A organização da Tribo é baseada no trabalho coletivo, tanto na produção das atividades teatrais, como na manutenção do espaço. O Ói Nóis Aqui Traveiz segue uma evolução contínua e constitui um processo aberto para novos participantes. Para a Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz o teatro é instrumento de desvelamento e análise da realidade; a sua função é social: contribuir para o conhecimento dos homens e ao aprimoramento da sua condição. Num mundo marcado pela exclusão, marginalização, pela homogeneização, pelo pensamento único, enfim, pela desumanização e pela barbárie, cada vez mais é vital e necessário denunciar a injustiça, as vendas de opinião, o autoritarismo, a mediocridade e a falta de memória. Esta é a defesa que o Ói Nóis faz: o teatro como resistência e manutenção de valores fundamentais que diferenciam uns de outros: a solidariedade, a honestidade pessoal e a liberdade. Fazendo um teatro a serviço da arte e da política, que não se enquadra nos padrões da ética e da estética de mercado. O teatro como um modo de vida e veículo de ideias: um teatro que não comenta a vida, mas participa dela!

Me chamou muito a atenção em ver que um grupo, totalmente fundamentado em teatro de rua, pudesse explorar tanto uma ruina  de  uma prisão desativada, (Ilha das Pedras Brancas), montar um espetáculo, usar elementos da natureza, conseguir colocar sentido em tudo isso, sem perder a essência do teatro de rua.

Vanessa de Carlem

Relátorio de vídeo da série Teatro e circunstância doo SESC Grupo Etc e tal - Rio de Janeiro

O grupo Etc e tal, traz a proposta de usar a pantomima como maior forma de expressão do grupo, mesmo usando outros elementos; para o grupo, a pantomima é a forma mais fácil para se chegar até as crianças, pois elas conseguem entender os movimentos e compreender o universo fantasioso criado pelo grupo. Como o conceito de pantomima é usar o mínimo de fala possível, o grupo às vezes opta por usar uma narração ao invés de dar voz aos personagens e explorar o máximo os gesto para descrever toda a ação, não é atoa que o grupo antes de uma montagem para por um processo de estudo, onde a elaboram e organizam os movimentos para ficarem cada vez mais limpos e entendíveis possível.
Por ser algo tão gestual, fantasioso e bem parecido com o circo, é mais fácil chamar a atenção das crianças e assim conseguir manter um espetáculo ou até mesmo um grupo no auge por muito tempo, mesmo sendo muito difícil o processo de montagem ele pode ser bem recompensado, ao ver a compreensão da plateia, tanto crianças, quanto adultos.
O que mais me chamou atenção foi quando um dos integrantes do grupo comparou o ator q faz pantomima ao palhaço, para ele o palhaço trabalha em cima do erro, quanto mais se mostra o erro mais se tem sucesso, quanto ao ator pantomino acontece exatamente o contrário, o ator deve fazer o gesto mais limpo e mais correto possível, que inclusive o grupo é conhecido por sua limpeza nos movimentos.

Vanessa de Carlem