terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Relatório de vídeo da série Teatro e circunstância doo SESC Grupo Oí nóis aqui traveiz (Porto Alegre – RS)



               No começo o grupo Oí nóis aqui traveiz, era apenas um grupo de jovens atores que queriam fazer teatro, independente de como fosse, em certo momento se deparam com a repressão da ditadura, pois suas apresentações acumulavam uma grande plateia no meio das praças, e isso causava um incomodo nos “governantes”, pois as mensagens passadas pelo grupo eram ouvidas e assistidas por esse grande contingente que às vezes chegava a até 500 pessoas reunidas em praça pública. O grupo é formado por atores e por não ter um diretor, segue a linha de criação coletiva, onde a cada cena os atores podem se perceber dentro e fora dela, às vezes mudando assim seu ponto de vista sobre o como fazer e como agir em determinada situação de cena. A

Memória do espaço que já tem uma carga emocional e ação cênica dialoga com isso, com essa memoria e com esse espaço surgindo assim uma nova vertente para o grupo, essa encenação era em uma ilha, e as pessoas vinha pelo rio, e esse próprio rio que era o caminho até o local de encenação também fazia parte dessa obra, pois o era na peça de onde vinham os corpos e era tão vivo na cena que um personagem até conversava com esse rio. No processo de criação do grupo eles criavam espaços para transformar as cenas, no caso das “Viúvas performance sobre a ausência” o espaço transformou toda a ação.
Mais sobre o grupo
A tribo
....A Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz surgiu em 1978 com uma proposta de renovação radical da linguagem cênica. Durante esses anos criou uma estética pessoal, fundada na pesquisa dramatúrgica, musical, plástica, no estudo da história e da cultura, na experimentação dos recursos teatrais a partir do trabalho autoral do ator. Não se limitando à sala de espetáculos, desenvolveu uma linguagem própria de teatro de rua, além de trabalhos artístico-pedagógicos junto à comunidade local. Abriu um novo espaço para a pesquisa cênica - a Terreira da Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz, que funciona como Escola de Teatro Popular, oferecendo diversas oficinas abertas e gratuitas para a população. A organização da Tribo é baseada no trabalho coletivo, tanto na produção das atividades teatrais, como na manutenção do espaço. O Ói Nóis Aqui Traveiz segue uma evolução contínua e constitui um processo aberto para novos participantes. Para a Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz o teatro é instrumento de desvelamento e análise da realidade; a sua função é social: contribuir para o conhecimento dos homens e ao aprimoramento da sua condição. Num mundo marcado pela exclusão, marginalização, pela homogeneização, pelo pensamento único, enfim, pela desumanização e pela barbárie, cada vez mais é vital e necessário denunciar a injustiça, as vendas de opinião, o autoritarismo, a mediocridade e a falta de memória. Esta é a defesa que o Ói Nóis faz: o teatro como resistência e manutenção de valores fundamentais que diferenciam uns de outros: a solidariedade, a honestidade pessoal e a liberdade. Fazendo um teatro a serviço da arte e da política, que não se enquadra nos padrões da ética e da estética de mercado. O teatro como um modo de vida e veículo de ideias: um teatro que não comenta a vida, mas participa dela!

Me chamou muito a atenção em ver que um grupo, totalmente fundamentado em teatro de rua, pudesse explorar tanto uma ruina  de  uma prisão desativada, (Ilha das Pedras Brancas), montar um espetáculo, usar elementos da natureza, conseguir colocar sentido em tudo isso, sem perder a essência do teatro de rua.

Vanessa de Carlem

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