No
começo o grupo Oí nóis aqui traveiz,
era apenas um grupo de jovens atores que queriam fazer teatro, independente de
como fosse, em certo momento se deparam com a repressão da ditadura, pois suas
apresentações acumulavam uma grande plateia no meio das praças, e isso causava
um incomodo nos “governantes”, pois as mensagens passadas pelo grupo eram
ouvidas e assistidas por esse grande contingente que às vezes chegava a até 500
pessoas reunidas em praça pública. O grupo é formado por atores e por não ter
um diretor, segue a linha de criação coletiva, onde a cada cena os atores podem
se perceber dentro e fora dela, às vezes mudando assim seu ponto de vista sobre
o como fazer e como agir em determinada situação de cena. A
Memória
do espaço que já tem uma carga emocional e ação cênica dialoga com isso, com
essa memoria e com esse espaço surgindo assim uma nova vertente para o grupo,
essa encenação era em uma ilha, e as pessoas vinha pelo rio, e esse próprio rio
que era o caminho até o local de encenação também fazia parte dessa obra, pois
o era na peça de onde vinham os corpos e era tão vivo na cena que um personagem
até conversava com esse rio. No processo de criação do grupo eles criavam
espaços para transformar as cenas, no caso das “Viúvas performance sobre a
ausência” o espaço transformou toda a ação.
Mais
sobre o grupo
A
tribo
....A
Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz surgiu em 1978 com uma proposta de
renovação radical da linguagem cênica. Durante esses anos criou uma estética
pessoal, fundada na pesquisa dramatúrgica, musical, plástica, no estudo da
história e da cultura, na experimentação dos recursos teatrais a partir do
trabalho autoral do ator. Não se limitando à sala de espetáculos, desenvolveu
uma linguagem própria de teatro de rua, além de trabalhos artístico-pedagógicos
junto à comunidade local. Abriu um novo espaço para a pesquisa cênica - a
Terreira da Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz, que funciona como Escola
de Teatro Popular, oferecendo diversas oficinas abertas e gratuitas para a
população. A organização da Tribo é baseada no trabalho coletivo, tanto na
produção das atividades teatrais, como na manutenção do espaço. O Ói Nóis Aqui
Traveiz segue uma evolução contínua e constitui um processo aberto para novos
participantes. Para a Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz o teatro é
instrumento de desvelamento e análise da realidade; a sua função é social:
contribuir para o conhecimento dos homens e ao aprimoramento da sua condição.
Num mundo marcado pela exclusão, marginalização, pela homogeneização, pelo
pensamento único, enfim, pela desumanização e pela barbárie, cada vez mais é
vital e necessário denunciar a injustiça, as vendas de opinião, o
autoritarismo, a mediocridade e a falta de memória. Esta é a defesa que o Ói
Nóis faz: o teatro como resistência e manutenção de valores fundamentais que
diferenciam uns de outros: a solidariedade, a honestidade pessoal e a
liberdade. Fazendo um teatro a serviço da arte e da política, que não se
enquadra nos padrões da ética e da estética de mercado. O teatro como um modo
de vida e veículo de ideias: um teatro que não comenta a vida, mas participa
dela!
Disponível em http://www.oinoisaquitraveiz.com.br/a_tribo.htm
Me
chamou muito a atenção em ver que um grupo, totalmente fundamentado em teatro
de rua, pudesse explorar tanto uma ruina
de uma prisão desativada, (Ilha
das Pedras Brancas), montar um espetáculo, usar elementos da natureza,
conseguir colocar sentido em tudo isso, sem perder a essência do teatro de rua.
Vanessa
de Carlem
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